Bento XVI em sua Encíclica Deus Caritas nos exorta:
A igreja é a família de Deus no mundo.Nesta família,não deve haver ninguém que sofra por falta do necessário.Ao mesmo tempo,porém,a caritas-agape estende-se para além das fronteiras da Igreja;a parábola do bom Samaritano permanece como critério de medida,impondo a universalidade do amor que se inclina para o necessitado encontrado por acaso(cf. Lc 10,31),seja ele quem for.Mas,ressalvada esta universalidade do mandamento do amor,existe também uma exigência especificamente eclesial – precisamente a exigência de que,na própria Igreja enquanto família,nenhum membro sofra porque passa necessidade.Neste sentido se pronuncia a Carta aos Gálatas:Portanto,enquanto temos tempo,pratiquemos o bem para com todos,mas principalmente para com os irmãos na Fé(6,10).
Um passo decisivo na difícil busca de soluções para realizar este princípio eclesial fundamental torna-se patente naquela escolha de sete homens que foi o início do ofício diaconal(cf. Act 6,5-6).De facto,na Igreja primitiva tinha-se gerado,na distribuição quotidiana às viúvas,uma disparidade entre a parte de língua hebraica e a de língua grega.Os Apóstolos,a quem estavam confiados antes de mais a oração(Eucaristia e Liturgia) e o serviço da palavra,sentiram-se excessivamente carregados pelo serviço das mesas;decidiram,por isso,reservar para eles o ministérios principal e criar para a outra mansão,também ela é necessária na Igreja,um organismo de sete pessoas.Mas este grupo não devia realizar um serviço meramente técnico de distribuição:deviam ser homens cheios do Espírito Santo e de sabedoria(cf. Act 6,1-6).Quer dizer que o serviço social que tinham de cumprir era concreto sem dúvida alguma,mas ao mesmo tempo era também um serviço espiritual;tratava-se,na verdade,de um ofício verdadeiramente espiritual,que realizava um dever essencial da Igreja,o do amor bem ordenado ao próximo.Com a formação deste organismo dos Sete,a diaconia — o serviço do amor ao próximo exercido comunitariamente e de modo ordenado — ficara instaurada na estrutura fundamental da própria Igreja.
Com o passar dos anos e a progressiva difusão da Igreja,a prática da caridade confirmou-se como um dos seus âmbitos essenciais,juntamente com a administração dos sacramentos e o anúncio da palavra: praticar o amor para com as viúvas e os órfãos,os presos,os doentes e necessitados de qualquer género pertence tanto à sua essência como o serviço dos Sacramentos e o anúncio do Evangelho.A Igreja não pode descurar o serviço da caridade,tal como não pode negligenciar os Sacramentos nem a Palavra.Para o demonstrar,bastam alguns exemplos.O mártir Justino (+ por 155),no contexto da celebração dominical dos cristãos,descreve também a sua atividade caritativa relacionada com a Eucaristia enquanto tal.As pessoas abastadas fazem a sua oferta na medida das suas possibilidades,cada uma o que quer;o Bispo serve-se disso para sustentar os órfãos,as viúvas e aqueles que por doença ou outros motivos passam necessidade,e também os presos e os forasteiros.[12]O grande escritor cristão Tertuliano(+ depois de 220) conta como a solicitude dos cristãos pelos necessitados de qualquer género suscitava a admiração dos pagãos. [13] E, quando Inácio de Antioquia(+ por 117)designa a Igreja de Roma como aquele que preside à caridade(agape), [14]pode-se supor que ele quisesse,com tal definição,exprimir de qualquer modo também a sua atividade caritativa concreta.
{33. | A água apaga o fogo crepitante: assim a esmola expia os pecados. | |
34. | Deus está sempre observando quem presta um favor, lembra-se dele no futuro e, no momento da queda, ele encontra apoio.(Eclo 3)} |
{1. | Filho, não prives da esmola o pobre; não desvies do pobre os teus olhos. | |
2. | Não entristeças quem tem fome e não exasperes o pobre em sua indigência. | |
3. | Não aflijas o coração do indigente e não adies a ajuda ao angustiado. | |
4. | Não rejeites a súplica do aflito e não desvies do indigente o teu rosto. | |
5. | Do necessitado não desvies com dureza os olhos e não lhe darás ocasião de amaldiçoar-te por detrás. | |
6. | Pois será ouvida a súplica de quem, amargurado, te amaldiçoar: há de ouvi-lo aquele que o criou. | |
7. | Torna-te amável na comunidade; * { humilha-te diante do mais velho } e perante a autoridade inclina a cabeça. | |
8. | Inclina ao pobre teu ouvido sem má vontade, * { paga-lhe a tua dívida } e responde-lhe com brandura e mansidão. | |
9. | Livra da mão do opressor o que sofre violência, e não procedas com aspereza ao julgar. | |
10. | Sê misericordioso com os órfãos como um pai, e como um esposo para com suas mães.(Eclo 4)} |
{31. | “Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, ele se assentará em seu trono glorioso. | |
32. | Todas as nações da terra serão reunidas diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. | |
33. | E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua esquerda. | |
34. | Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! | |
35. | Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; | |
36. | estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me’. | |
37. | Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede, e te demos de beber? | |
38. | Quando foi que te vimos como forasteiro, e te recebemos em casa, sem roupa, e te vestimos? | |
39. | Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar? ’ | |
40. | Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade, vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes! ’ | |
41. | Depois, o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. | |
42. | Pois eu estava com fome, e não me destes de comer; com sede, e não me destes de beber; | |
43. | eu era forasteiro, e não me recebestes em casa; nu, e não me vestistes; doente e na prisão, e não fostes visitar-me. | |
44. | E estes responderão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso, e não te servimos? ’ | |
45. | Então, o Rei lhes responderá: ‘Em verdade, vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses mais pequenos, foi a mim que o deixastes de fazer! ’ | |
46. | E estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”.(Mt 25)} |
{32. | A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum. | |
33. | Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e sobre todos eles multiplicava-se a graça † de Deus. | |
34. | Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro | |
35. | e o depositavam aos pés dos apóstolos. Depois, era distribuído conforme a necessidade de cada um. | |
36. | Assim fez José, que os apóstolos chamavam de Barnabé ( que significa “filho da consolação” ). Era levita, natural de Chipre. | |
37. | Ele possuía um campo, vendeu-o e depositou o dinheiro aos pés dos apóstolos.(At 4)} |
São Paulo também nos diz:
{12. | Sei viver na penúria e sei viver na abundância. Aprendi a viver em toda e qualquer situação: estando farto ou passando fome, tendo de sobra ou passando falta. | |
13. | Tudo posso naquele que me dá força. | |
14. | No entanto, fizestes bem em querer compartilhar as minhas dificuldades.(Fl 4)} |
{7. | Com efeito, não trouxemos nada para este mundo, como também dele não podemos levar coisa alguma. | |
8. | Então, tendo com que nos sustentar e nos vestir, fiquemos contentes. | |
9. | Pois os que querem enriquecer caem em muitas tentações e laços, em desejos insensatos e nocivos, que mergulham os homens na ruína e perdição. | |
10. | Na verdade, a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Por se terem entregue a ele, alguns se desviaram da fé e se afligem com inúmeros sofrimentos(Tm 6)} |
{15. | Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. | |
16. | Porque tudo o que há no mundo — a concupiscência humana, a cobiça dos olhos e a ostentação da riqueza — não vem do Pai, mas do mundo. | |
17. | Ora, o mundo passa, e também a sua cobiça; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.(IJo 2)} |
{1. | Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está entronizado à direita de Deus; | |
2. | cuidai das coisas do alto, não do que é da terra. | |
3. | Pois morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. | |
4. | Quando Cristo, vossa vida, se manifestar, então vós também sereis manifestados com ele, cheios de glória.(Cl 3)} |
“O Senhor não olha tanto a grandeza de nossas obras.Olha mais o amor com que são feitas.”Santa Teresa D’Avila
“Se as pessoas do mundo ficam honradas por servirem aos filhos dos grandes,quanto mais vós por sedes chamados a servir os filhos de Deus.”São Vicente de Paulo
Que o Espírito Santo nos ajude a vivermos como os primeiros cristãos,onde não havia necessidades mais tudo era posto em comum,Concretizando assim o desejo de Deus Pai assim seja,Amém.
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